Ao som das toadas dos bois-bumbás, 65º Festival Folclórico do Amazonas se encerra em Manaus

No dia 29 de julho, o público acompanhou o encerramento do 65º Festival Folclórico do Amazonas Categoria Ouro, ao som das tradicionais toadas de boi-bumbá, que ecoaram no Centro de Convenções de Manaus, o Sambódromo. Os imponentes bois de Manaus – Galante, Corre Campo e Garanhão – se apresentaram na mostra competitiva, disputando acirradamente o título de campeão da modalidade Master A.

Realizado pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, e pela Prefeitura de Manaus, o festival levou durante 13 dias alegria e cultura ao público, com a participação de 64 grupos folclóricos no Centro Cultural Povos da Amazônia, no Distrito Industrial, além das emocionantes apresentações dos seis bois-bumbás de Manaus, na sexta-feira e sábado (28 e 29/07), no Sambódromo.

Boi Galante – Um legado de cultura no Amazonas

Retornando à modalidade Master A este ano, o Boi Galante, conhecido como o “Tricolor da Praça 14”, fez uma estreia no grupo de elite dos bois de Manaus. Com 30 anos de tradição, o movimento cultural que reúne brincantes de várias comunidades apresentou na arena o tema “Amazonino Mendes, um legado de cultura no Amazonas”. Através de alegorias e representatividade, o boi homenageou o político falecido em fevereiro do mesmo ano, retratando os feitos que marcaram sua história e toleraram o patrimônio cultural da região.

Ildete de Souza, uma estreante no bumbá e no festival, reconheceu a importância do evento folclórico e participou com entusiasmo após ensaiar por mais de um mês para abrilhantar as tribos ao lado de um grupo de mais de 15 pessoas.

Corre Campo – O Boi do Brasil

Em busca do hexacampeonato, o Corre Campo, com seus 81 anos de atividades, subiu à arena como o boi-bumbá mais antigo de Manaus. Carregando na testa o mapa do Brasil, o “Boi do Mapa”, como é conhecido, emocionou o público com o tema “Corre Campo: O Boi do Brasil”, uma celebração à memória dos fundadores e daqueles que lutaram em prol da diversidade e da cultura popular.

Entre os itens marcantes da apresentação, estava o Príncipe do Boi, conhecido como o amor do boi do Caprichoso no Festival Folclórico de Parintins, que neste festival assumiu o mesmo papel no Corre Campo.

Prince, há oito anos no personagem de amo do boi, revelou com orgulho que o grande mérito do Corre Campo é trazer toda a velha guarda, incluindo pessoas com 80 e 90 anos, presentes na arena, tornando a história desse boi um valioso patrimônio cultural.

Com apresentações marcantes e emocionantes, o encerramento do 65º Festival Folclórico do Amazonas Categoria Ouro deixou uma comemoração para todos os apaixonados pela rica cultura folclórica da região amazônica.

Garanhão

 Encerrando a noite e o 65º Festival Folclórico do Amazonas, o Boi Garanhão assumiu a arena explorando o tema “Camadas de História Cabocla. Ancestralidade, reexistência e tradição”. São 32 anos de existência da agremiação verde e branca, também chamada de “Boi da Cidade Alta”, originada no bairro do Educandos.

 “O Garanhão, neste ano, vem falando sobre a origem do caboclo da Amazônia, de muitas lendas e rituais. Como os caboclos agem nos beiradões e vem trazendo muito do carimbó”, destaca o levantador de toadas, John Carlos, que retorna ao item, depois de 10 anos.

 Quem defende o Boi Garanhão, há três anos, é o tripa do boi-bumbá Garantido, Batista Silva. “Essa troca é muito importante em todos os sentidos. Trazemos a experiência do Festival Folclórico de Parintins e passamos para equipe daqui (Manaus), reforçamos a interação entre os bois e itens. É uma fórmula que dá certo lá e aqui também”, comemora o artista, que se orgulha da nota máxima na evolução em todos os anos. 

 Nesta segunda-feira (31/07), serão conhecidos os campeões da Categoria Ouro do 65° Festival Folclórico do Amazonas. A apuração das notas dos jurados acontecerá no auditório Daniel Gentil, no Centro Cultural Povos da Amazônia (CCPA), avenida Silves, Distrito Industrial (antiga Bola da Suframa), em dois horários: às 10h, dedicado aos grupos folclóricos; e às 14h, aos bois-bumbás de Manaus.

 

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