
O Grupo Jurubebas de Teatro estreia na sexta-feira, 14 de fevereiro, o espetáculo Vila dos Vagalumes, às 19h30, no Buia Teatro Company, localizado na rua Dona Libânia, 300, no Centro de Manaus. Com direção artística de Felipe Maya Jatobá e Robert Moura, a peça propõe uma reflexão sobre os impactos da urbanização desenfreada não apenas sobre os ecossistemas, mas também sobre o mundo das encantarias. A entrada é gratuita, com acessibilidade em Libras.
Em um cenário marcado pelo universo sobrenatural das encantarias amazônicas, a história gira em torno de uma vila habitada por vagalumes encantados, que corre risco de desaparecer devido à chegada de uma empreiteira interessada em construir um parque de diversões. Para salvar a espécie e preservar o mundo encantado, um curumim se transforma em bicho-gente. Felipe Jatobá, diretor e dramaturgo, destaca a importância dessa narrativa para destacar os dilemas ambientais e culturais que envolvem a Amazônia.
O espetáculo foi contemplado pelo edital de chamamento público N°03/2023 da Lei Paulo Gustavo, com apoio do Governo do Amazonas, através da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas e do Conselho Estadual de Cultura.
Processo Criativo e Influências Amazônicas
A criação de Vila dos Vagalumes é fruto de uma imersão dos diretores Felipe Maya Jatobá e Robert Moura nas narrativas amazônicas, com foco no universo das encantarias. “O espetáculo une elementos da dança popular, inspirados em ritmos afro-amazônicos, e o teatro contemporâneo, criando um imaginário que dialoga com o folclore e as tradições ribeirinhas”, afirma Felipe.
O processo de montagem levou cerca de três meses, e o espetáculo é acessível, com Libras, rampas para PcDs e apoio especial para garantir uma experiência inclusiva a todos.
Elenco e Linguagens Artísticas
A peça conta com a atuação de Robert Moura (Coruja Rasga Mortalha), que também dirige a obra, ao lado dos estreantes Henrique Dias (Camaleão) e Henrique Campelo (Vagalume). Com 45 minutos de duração, o espetáculo é uma fusão de música, dança, e formas animadas, incluindo o personagem José, um boneco criado pelo artista plástico Orlando Rafael e manipulado por Moura. A assessoria rítmica é de Otávio Di Borba, que também realizou oficinas para o grupo.
A mistura de dança e teatro é marcada pela coreografia de Ana Caroline, que pesquisou corpos periféricos nos estados do Amapá e Piauí. A preparação dos atores, por sua vez, teve a orientação de Jones Barsou, que trouxe técnicas circenses para o treinamento corporal.
A cenografia remete aos terreiros de Coco de Roda, uma manifestação cultural afro-indígena, enquanto os figurinos, inspirados nos animais da história, são assinados por Henrique Dias. Máscaras teatrais e elementos de manifestações folclóricas, como o Carnaval e o Boi-Bumbá, são usados para representar os seres encantados da floresta amazônica.
A peça estará disponível no canal do Grupo Jurubebas no YouTube e no site www.grupojurubebas.com a partir do dia 14 de fevereiro, permitindo que o público acompanhe a magia dessa obra única.